Nossa História

Nossa História

O Circo de Todo Mundo tem orgulho de sua história. Conheça alguns dos principais fatos que marcaram a trajetória da organização desde sua criação.

1991

Nasce em Belo Horizonte, idealizado por um grupo de pessoas ligadas ao Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, o Projeto Recreação, empreendendo um esforço de abordagem de crianças e adolescentes moradores ou com trajetória de rua em três áreas da cidade: na Praça da Estação (Centro), no antigo campo do Clube Atlético Mineiro (Lourdes) e na praça Marechal Floriano Peixoto (Santa Efigênia).Até 1994o serviço de abordagem social possibilitoua abertura de um canal de diálogocom o público de 7 a 18 anos, oferecendo atividades recreativas e propondo a discussão de alternativas que viabilizassem o acesso à cidadania daqueles que eram então denominados ‘menores’.

1992

É criada a Casa Recriando, onde adolescentes de 14 a 18 anos frequentavam atividades sugeridas por eles próprios, que tinham como foco provocar mudanças de comportamento e ampliar perspectivas de vida. Assim, oficinas de dança, música, produção de instrumentos, cestaria, costura, capoeira, silk, bonecas negrase tear foram oferecidas durante seu primeiro ano de funcionamento. Como resultado, meninos e meninas frequentadores do espaço se organizaram e formaram dois grupos artísticos: o “Querô Gueto”, de música, e um outro de dança. A Casa Recriando ocupou endereços diversos até o ano de 1998.

Surgem os abrigos, demanda necessária para acolher as crianças e adolescentes envolvidos com as atividadesrecreativas e artísticas. Foram implantadas três modalidades dessas residências provisórias, mantidas até 2005, com o intuito de ser uma casa durante o tempo necessário para o retorno às famílias: Casa Lar(destinada a mães adolescentes, ficavam sob a responsabilidade de uma família tradicional com a presença de um ‘pai’ e uma ‘mãe’ social); Casa Rosa (abrigava somente meninas adolescentes); Casa Moradia I e II (para meninos de 06 a 18 anos).

1993

A instituição, que ganhava corpo e não mais se reduzia a um projeto, sente a necessidade de formalizar suas atividades. É então criada a personalidade jurídica do Centro Recreação de Atendimento e Defesa da Criança e do Adolescente. Junto ao público atendido, buscou-se um nome fantasia e a denominação Circo de Todo Mundo surge de uma criança. O menino que ‘batizou’ a organização explicou que, quando queriam entrar em um circo, ele e os colegas meninos de rua entravam escondido debaixo da lonae que ele, portanto, desejava mudar esse quadro sugerindo que o Circo deveria ser de todo mundo!

1994

O Circo de Todo Mundo ganha sua primeira lona, instalada no antigo campo do América Futebol Clube, no bairro Santa Efigênia. A magia da lona e do circo facilitou a vida de famílias que passaram, então, a ajudar na gestão do Circo, apoiando em ações de limpeza e outros cuidados com o espaço.

1996

A lona do Circo é transferida para uma grande área com galpãono bairro Horto, onde permaneceu até 2008. Ali, o Circo mantinha três espaçosde atuação: 1) Um grande ginásio: onde eram realizadas,  como instrumento pedagógico, as ações educativas e artísticas com foco no circo e outras atividades lúdicas e culturais; 2) Sala do Saber ‘Paulo Freire’: estímulo ao aprendizado e valorização da escola formal, por meio de biblioteca e computadores com acesso à internet; 3)Centro de Defesa ‘Helena Greco’: sistema de garantia de direitos; atendimento jurídico e social com foco na erradicação do trabalho infanto-juvenil e combate à violência sexual.

1997

Tem início em Belo Horizonte o projeto ‘Atendimento de Crianças e Adolescentes em Situação de Risco Pessoal’, implementado até o ano 2000 com o financiamento da Comunidade Europeia, no escopo do Programa Infância Desfavorecida no Meio Urbano (PIDMU). A iniciativa contemplou a participação de 22 projetos de 28 organizações nãogovernamentais nas áreas urbanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Região Metropolitana de Recife. As açõesabordavam setelinhas de atuação, sendo ‘Educação Artística e Cultural’ o foco do trabalho realizado pelo Circo de Todo Mundono âmbito do programa.As outras frentes incluíam temas como ‘Direitos’,‘Educação’,‘Capacitação Profissional’,‘Saúde’,‘Formação de Educadores e Agentes Sociais’ e‘Desenvolvimento Comunitário’.

 

1999

Circo de Todo Mundo estreia ‘Na Corda Bamba’, uma criação do então diretor artístico Eid Ribeiro. Com o tema dos 500 anos de descobrimento do Brasil, o espetáculo reúne 70 crianças e adolescentes em 16 esquetes circenses que trazem elementos de teatro, canto e dança. Foi a primeira montagem estruturada da organização para mostrar o sucesso de um trabalho que faz o público atendido sair das ruas e retornar para a família e a escola e, no palco, eleva sua autoestima e os transforma em malabaristas, acrobatas, palhaços e bailarinas.

2000

A organização lança, no projeto ‘Sempre um Papo’, o livro ‘Circo de Todo Mundo - uma história de magia e cidadania’ que conta a sua trajetória.

2001

Foi realizado, em Belo Horizonte, o “I Seminário Brasileiro de Crianças e Adolescentes Trabalhadores”, uma iniciativa do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua em parceria com o Circo de Todo Mundoque reuniu especialistas e participantes de diversas regiões do Brasil para discutir a exploração do trabalho infantil no país. O evento teve o patrocínio do Ministério da Justiça, por meio da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, do Ministério do Trabalho e Previdência Social,da Cáritas Brasileira, da Organização Internacional do Trabalho, da Save The Children/Suécia, do Governo do Estado de Minas Gerais e do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente/MG.

Sob a direção de Eid Ribeiro, o Circo estreia ‘Circulando’, uma versão concisa do espetáculo ‘Na Corda Bamba’ que conta com a participação de 24 meninas e meninos em 11 quadros. A montagem apresenta símbolos que revelam a identidade brasileira em um mosaico de ritmos da cultura popular, mostrando a efervescência emergente dos guetos e periferias, onde é grande a influência africana, traduzida na dança afro, no break, na capoeira e nos ritmos de samba, funk e hip hop.

2002

Circo de Todo Mundo inicia, em Belo Horizonte, a implementação do projeto ‘Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Adolescente no Trabalho Doméstico’, que integrou o ‘Programa Internacional para Erradicação do Trabalho Infantil’ da Organização Internacional do Trabalho. Esse projeto, executado até 2003, promoveu ações de prevenção (campanha informativa de mobilização para sensibilizar a sociedade sobre o problema da exploração da mão-de-obra infanto-juvenil no serviço doméstico, atividades culturais e de geração de trabalho e renda), erradicação (identificação de casos em que se viola a lei e implementação de medidas legais de proteção) e promoção de direitos(apresentação de projetos de lei específicos perante a Assembleia Legislativa, representando os direitos das trabalhadoras infantis domésticas). Além disso, o Circo também ofereceu atenção direta e orientação jurídica e socialpara menores de 16 anos e suas famílias.

A organização estreia o espetáculo ‘Folias Tropicais’, sob a direção de Eid Ribeiro, que se inspirou no sonho e na fantasia para traduzir a carnavalização de tendências misturadas na cultura brasileira. A montagem, que privilegia as modalidades do arame bambo e esticado, trapézio, tecido e dança, integrou a programação do Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte.

2003

Circo apresenta o espetáculo ‘Sínteses’,no qual adolescentes e jovens que obtiveram melhor desempenho nas oficinas circenses, juntamente com monitores e assistentes, sintetizam um pouco do universo cotidiano do Circo de Todo Mundo.  Com direção artística de Paulo Sérgio Pires Cavalcanti, traz ao picadeiro modalidades como malabares, acrobacia de solo, tecido e cama elástica.

2005

Começa a execução do projeto ‘Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes’, na cidade de Belo Horizonte, que empreendeu esforços para trabalhar essa temática comalunos e professores das Escolas Estaduais Instituto Agronômico e Professora Amélia de Castro Monteiro. A iniciativa contou com o patrocínio do Ministério da Educação por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

Circo de Todo Mundo torna-se Ponto de Cultura, título concedido pelo Ministério da Cultura.

2006

Começa a ser implementadoo projeto ‘Tecendo uma Rede de Cidadania’, que se propõe aformar uma rede de proteção e garantia dos direitos de crianças e adolescentes por meio de ações afirmativas e parcerias.

Tem início o projeto ‘Reinserção Social de Crianças, Adolescentes e Jovens’, cujo foco era alavancar a melhoria das condições e perspectivas de vida de 450 crianças, adolescentes e jovens e de suas famílias, que viviam em estado de privação e em condições de marginalidade e risco pessoal nas comunidades periféricas de Belo Horizonte. O projeto foi implementado em Belo Horizonte até o ano de 2009 e teve o patrocínio da organização italiana Cospe (Cooperação pelo Desenvolvimento dos Países Emergentes).

2008

Começa o projeto “Nossos papos à sombra de um jenipapo”, inspirado nas rodas de conversa que ocorriam debaixo do pé de jenipapo localizado no quintal do espaço que o Circo de Todo Mundo ocupava. A partir do processo de estudo e conhecimento sobre a árvore, seus frutos e ciclos, outros aprendizados se desdobraram como produção de desenhos e cartazes, lendas e cultura popular em torno desse fruto, contação de estórias e literatura, letras de rap, bate-papo com jovens indígenas sobre o uso da fruta como pintura corporal e alimentação, culminando na promoção da consciência socioambiental junto às crianças e adolescentes.A iniciativa teve continuidade no município de Nova Lima, onde foi implementada até 2012, contando com o financiamento do projeto Criança Esperança e o apoio da Prefeitura de Nova Lima e da Fundação Artístico-Cultural de Betim (Funarbe).

O Circo de Todo Mundo deixa o galpão que ocupou durante 12 anos no Horto, em Belo Horizonte, cedido pelo Estado. Até conseguir novas sedes fixas, o que ocorreua partir de 2009, o Circo percorreu vários espaços cedidos por parceiros.

2009

O município de Nova Lima recebe o Circo de Todo Mundo e cede um espaço para a Sala do Saber ‘Paulo Freire’ no bairro Jardim Canadá, tornando possível a retomada das atividades da instituição.

A organização institui novas parcerias e se estabelece também na cidade de Betim, onde conta com uma lona e uma casa para replicar a tecnologia sociocultural no atendimento de crianças, adolescentes e jovens, construída ao longo de sua trajetória.

2010

O Circo monta uma grandelona em Nova Lima, no bairro Oswaldo Barbosa Pena, doada pela ONG Cospe e o Ministério da Itália. Essa estruturapermite a retomada das atividades de atendimento e de oficinas artísticas. O foco do trabalho passa a ser a implementação do projeto ‘Tecendo uma Rede de Cidadania’ e as ações do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.

Estreia o espetáculo ‘Identidades’, que tem no elenco 13 jovens do grupo artístico do Circo apresentando-se em 15 números com técnicas variadas como malabares, acrobacias, clown, mímica e equilibrismo. Dirigido por Fábio Furtado, que assina o roteiro com Eid Ribeiro, o fio condutor é a trajetória desses artistas, em paralelo à história da própria organização. A montagem encena as lutas, os sonhos, as descobertas e a superação e marca a inauguração da nova lona e a reabertura do ponto de cultura Centro de Profissionalização Circo de Todo Mundo.

2011

Tem início, em Betim, o projeto ‘Semeando uma Cultura de Direitos’, com foco na ampliação e no fortalecimento do sistema de garantia de direitos de crianças e adolescentes.

2013

Começa o projeto ‘Educador Circense’, que trabalhou com reclusos da APAC Nova Lima em sua formação artística, formação cidadã e reinserção social. Esse projeto contou com o patrocínio da AngloGolde foi executado até 2014.

2015

O projeto ‘Desatando os Nós do Silêncio’, que atua no combate à violência e exploração sexual de crianças e adolescentes, começa a ser executado em Belo Horizonte.